A formação do espaço territorial de Minas Gerais é tema de “Luzes e Forjas”, que apresenta uma cartografia inédita, é resultado de cinco anos de pesquisa de professores e alunos do Instituto Geociências da UFMG
A Quixote+Do Editoras Associadas lança “Luzes e Forjas – o lugar da modernização na formação socioespacial de Minas Gerais”. A publicação, organizada por Ralfo Matos e Alfredo Costa, aborda temas que vão do colonialismo à independência, da monarquia à república, das ações do Estado às das elites mineiras, da luta pela siderurgia à devastação de largos trechos de Mata Atlântica, das inércias e decadência às mudanças e reestruturações modernizadoras no século XX.
A publicação reúne uma seleção de resultados alcançados em pesquisas financiadas pelo CNPq e pela FAPEMIG. O trabalho contou com a colaboração de estudantes de pós-graduação e professores do Instituto Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais – IGC/UFMG.
“O livro é inovador porque procura destrinchar o papel das modernizações nas reestruturações territoriais de Minas, tendo como elemento chave a incessante busca de parte das elites pelo progresso”, diz o pesquisador Alfredo Costa.
Costa explica que, embora escrito por acadêmicos, a obra se articula em uma redação que se pretende acessível a pesquisadores e curiosos de todas as áreas. “Uma de suas grandes contribuições, incomum em livros do gênero, é a apresentação de uma cartografia inédita, elaborada pelos próprios autores como síntese de suas pesquisas”, explica ele, e reforça “Nosso desejo é de que o livro possa, de fato, avançar na compreensão da formação histórica, geográfica e econômica do estado”.
Um dos objetivos desta obra, de acordo com o Professor Titular da UFMG Ralfo Matos, é discutir as modernizações e reestruturações espaciais que Minas experimentou à luz da bibliografia recente e antiga sobre sua história. “Os autores Alfredo Costa, André Velloso, Ediméia M. Mello e André S. Carvalho me acompanham nas incursões analíticas que resultaram nos sete capítulos da obra”, completa o pesquisador.
De acordo com Ralfo Matos, a formação territorial de Minas Gerais foi “longa, difícil, e dependeu de muitos fatores, agentes e atores que povoaram os sertões das Minas do Ouro e construíram uma mosaico de regiões mais ou menos prósperas”, afirma ele. “Minas viveu uma série de conflitos, acordos e decisões que gradativamente vieram delinear as paisagens que conhecemos hoje”, diz.
“Marcaram profundamente a história de Minas os vários momentos em que as mentes se iluminaram, por luzes do pensamento racional ilustrado, que influíram sobre os ideais de um futuro moderno com autonomia e independência”, esclarece Matos. Para tanto – o organizador completa – “seria essencial explorar as potencialidades de geração de riqueza que os recursos naturais disponíveis na região central ofereciam, particularmente os referidos às jazidas de ferro, daí a necessidade imperiosa de forjar o minério, transformá-lo por meio de pequenas usinas, que muito cedo inflamaram o os mineiros”.
Assim se traduz a metáfora do título e a intenção dos autores, de buscar investigar o desenvolvimento mineiro sob a lente da modernidade.
Imagens do livro: https://drive.google.com/drive/folders/1KIB50c4SAp9IJby36-fv8FNj1JFMLNdZ