Breves cotidianos, com seus aromas variados (chás acompanhados por finos biscoitos poéticos) e um enternecer pelas simplicidades da vida – folhas, plantas, cães e gatos, receitas, os objetos de casa, os cheiros dos dias, as lembranças redescobertas. A produção de Maria Esther Maciel ganha agora a reunião “Longe, aqui”, poesia incompleta ( , com poesia e prosa de 1998 a 2019.
A obra traz o inédito “O livro das sutilezas” (2019, com ilustrações de Julia Panadés), além de “O livro de Zenóbia” (2004, ilustrado por Elvira Vigna) e “Triz”, de 1998, que volta com novos poemas dos anos seguintes. Em seu percurso, iniciado em 1984, a autora vem iluminando os acontecimentos da vida comum de uma forma particular. O reconhecimento não tardou e ela foi finalista de premiações de destaque no Brasil e no exterior, como o Jabuti, o Portugal Telecom de Literatura e o Casa de las Américas.
Seus livros de cabeceira aparecem ao final de ‘O livro de Zenóbia”, onde vemos, entre muitos outros, obras de Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, Borges, Fernando Pessoa – únicos em suas definições de mundo – ao lado de inventores críticos como João Cabral de Melo Neto, Octavio Paz e Mallarmé. Esse repertório de interesses ajuda a explicar uma produção ao mesmo tempo confessional e rigorosa, com linhas concisas e um corte sutil. Em seus livros, as folhas em branco recebem a impressão das letras como um presente. Sorte de quem os lê.
A AUTORA – Além de poeta e cronista, Maria Esther Maciel é também ensaísta e ficcionista. Professora titular de Literatura Comparada da UFMG, já publicou 17 livros de poesia, ficção, crônica e ensaios. Tem textos publicados em vários jornais, revistas e antologias brasileiras e estrangeiras. É colaboradora da Folha de S.Paulo e edita, com outros escritores, a revista literária Olympio.