O Romance histórico, assim como o gênero épico, dá vida a um passado remoto, em geral, um momento definidor da identidade de uma nação ou cultura. Existem diferenças entre os dois: enquanto o gênero épico traz do passado um modelo único a ser seguido, em geral representativo do caráter ético daquela nação, o movimento do romance histórico é outro. O leitor é transportado para um passado, onde coexistem diferentes discursos, que cria uma representação quase fantástica da atualidade.
O momento identitário de Minas Gerais não é a formação da Capitania, 300 anos atrás. São os eventos da Inconfidência Mineira, que já foram narrados sob diversos pontos de vistas históricos, artísticos e míticos. São as consequências dos eventos da Inconfidência que servem de pano de fundo para o primeiro romance histórico da Quixote+DO: Desejo de Liberdade de Adalberto Luiz.
A narrativa não está congelada no tempo. Deixam a cena os inconfidentes e tomam conta do palco os seus descendentes. A coroa portuguesa também é substituída pelo recém-nascido Império Brasileiro e a luta pela independência passa a ser a luta pela República e contra a escravidão. O rio pode não ser o mesmo, mas os ideais continuam bem parecidos, seja agora, no século XVIII ou XIX.
O Autor
Adalberto Luiz nasceu em Belo Horizonte. É jornalista e fotógrafo e autor do livro de fotografia “Diamantina – o poeta e a cidade”, com textos do compositor Fernando Brant. Em 2017, pela Quixote+DO, lançou o romance “Um Longo Caminho para Esquecer”, cuja narrativa trata da ditadura militar.
Desejo de Liberdade foi realizado com auxílio da SECULT-MG por meio da Lei Aldir Blanc.