Há dois anos, a jornalista Sofia Andrade Antoniazzi Cirino decidiu encarar um desafio: descobrir o que é ser mulher para mulheres diferentes, que vivem em locais distintos e possuem histórias diversas e únicas. Depois de percorrer alguns países e colher muitos depoimentos, ela reuniu o resultado em livro. A Quixote+DO abraçou o projeto e lançou Ser Mulher.
O livro Ser Mulher é fruto de um projeto de Sofia que se concretizou em 2017, como trabalho de conclusão de curso da graduação em Comunicação Social, com ênfase em Jornalismo, pela UFMG. “O propósito era dar oportunidade para mulheres falarem de si, de mulher para mulher, e ver qual seria o impacto de seus testemunhos”, conta a autora.
‘Com todas as suas particularidades, a proposta foi entender como elas se relacionam, enquanto mulheres, com a sua cultura e qual o papel e qual o lugar que acreditam ter no mundo. O propósito era dar oportunidade para mulheres falarem de si, de mulher para mulher, e ver qual seria o impacto de seus testemunhos”, diz Sofia.
Para realizar a pesquisa, a jornalista realizou as entrevistas em cinco etapas, quatro delas no exterior – além do Brasil, ela esteve na Argentina, nos Estados Unidos, na Itália, na Espanha e na Argentina. Ao todo, colheu depoimentos de 44 mulheres de 22 nacionalidades.
Sofia selecionou as seguintes perguntas: Para você o que é ser mulher? O que te faz mulher? Quando você se descobriu mulher? Você tem medo de ser mulher? Você já ouviu falar do feminismo? Para você o que é o feminismo? Você se considera feminista? Quais direitos você acha que te faltam? Você se orgulha de ser mulher? Você se considera livre?
Ela optou por fazer as entrevistas com mulheres que estavam sozinhas ou acompanhadas de uma ou duas outras mulheres. “Nunca na presença de algum homem, por acreditar que isso poderia interferir no depoimento”, considera a autora.
Cada texto de Ser Mulher vem acompanhado de uma fotografia da entrevistada. “A intenção com as fotografias do projeto é mostrar a imagem que foi vista por mim durante a entrevista, a mulher que falou, diminuindo, assim, a distância de quem lê com quem disse”, afirma Sofia. “O objetivo é fazer com que o registro fotográfico complete o testemunho. Procurei fazer com que a lente da câmera fosse um espelho”, conclui.
Sofia conta que encarou alguns desafios para concluir o trabalho. “O maior deles foi fazer com que as mulheres confiassem em mim o suficiente para falarem de si, para se abrirem”, lembra a autora. “Além disso a aproximação e escolha da entrevistada, além da transcrição e tradução também foram alguns obstáculos que precisei enfrentar”, diz.